terça-feira, 17 de julho de 2012

REENCONTRO


De repente o reencontro...

As intenções se separam dos gestos, os sonhos permanecem inalcansáveis, as lembranças guardam-se como papéis amarelecidos.

Quando muito jovem, grandes projetos imaginei. Foram todos modificados.

Imaginava amar muitas mulheres e delas desfrutar do amor maior dos seres.

Povoaram muitas de minhas noites mal dormidas, preenchendo poemas inacabados, com nomes que escolhia à revelia, numa cumplicidade inconsciente.
Nem amei, nem fui amado. A que quis amar, desapareceu entre uma ou outra crise existencial das muitas que vivi.
A que amo não está comigo. Encontra-se distante, tanto quanto estava quando não a conhecia.

Fui impetuoso muitas vezes e omisso em outras tantas. Porém se confunde em minha mente qual delas teria sido mais importante.

Nos olhos que já viram tanto, descobri por vezes, boas intenções, em outras, maldades que desconhecia
Da boca, palavras escolhidas dediquei a quem só queria ouvir qualquer coisa e muitas vezes emudeci àquelas que precisavam ouvir de mim, algo simples e descomplicado.

Imaginei-me um homem quando ainda vivia minha imaturidade e descobri que somente se consegue alcançar a felicidade, se conseguirmos atender nossos sentimentos mais profundos.


Desesperanças, desencontros...


Quantas foram minhas buscas até aqui? Quanto vi? Quanto falei? Quanto amei até aqui?


Só uma coisa me desespera.


Quantos sonhos deixei de sonhar por querer ficar atento ao mundo, medindo cada passo, como o que contasse fosse a distância percorrida. Quantos sonhos eu deixei de sonhar apenas por achar que um homem verdadeiro se mantém acordado pra vida, sendo cada vez mais adulto, esquecendo da beleza de ainda ter a inocência de um menino.


Edson Luiz de Mello Borges

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

RECONSTRUÇÃO

Momento estranho!

Todas as respostas que julguei ter já não explicam minhas inquietações. Descobri que todas as minhas convicções estavam ligadas e dependentes do meu equilibrio emocional e que minha segurança racional apenas me permite ter ações de efeito imediato, rápidas e cirúrgicas para que se tenha mais tempo para se viver a solidão.


Meu desinteresse em coisas consecutivas, toma uma dimensão inesperada e me vejo vivendo um momento em que minhas respostas já não me satisfazem. Cada novo movimento, parece ter um significado desconhecido. Perdi o equilíbrio e tenho sentido uma tendência enorme para viver um lado depressivo que nunca imaginei.


Descubro que o amor é eterno exatamente como disse o poeta e que as lembranças de coisas vividas por amor, ficam mais intensas na solidão. 


Me deparo com estrada nova e os passos que preciso dar, embora lentos, vão me levando por caminhos que desconhecia. Cicatrizes vão se formando e incontinente, o tempo realmente provoca a cura. 


Estou me reconstruindo e cada novo movimento vai fortalecendo o próximo passo. Os olhos que antes fechavam marejados, já passam mais tempo procurando pontos perdidos no horizonte. Conscientemente já não abro cicatrizes procurando uma gota a mais de dor e sofrimento. Deixo-as quietas para criarem rigidez em suas cascas.


Edson Luiz de Mello Borges


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

“O vento é sempre o mesmo mas sua resposta é diferente em cada folha. Somente a árvore seca fica imóvel entre borboletas e pássaros”.

Cecília Meireles


sábado, 14 de janeiro de 2012

PRIMEIROS PASSOS

Tal como uma criança, arrisco os meus primeiros passos  numa jornada desconhecida, o que por si, já é suficientemente instigante para continuar.


Mostrar o que penso e o que entendo sobre o mundo em que vivo, será sempre um desafio, principalmente por saber que ao torná-lo público, estarei sujeito a todas as críticas e contestações que alguém que se aventura nesse caminho, invariavelmente deve receber. Por outro lado, imaginar que posso causar admiração nas pessoas me incentiva a manter-me nesse rumo.


Minha vontade é aproveitar essa evolução da comunicação humana proporcionada pela mágica da rede mundial, criando um espaço novo, onde meus pensamentos possam ser apresentados e compartilhados com as pessoas que se sentirem atraídas a isso. 


Quero ter simplicidade em falar sobre o mundo onde vivo, sem me prender a nenhuma corrente ou ideologia. Apenas extrair de dentro de mim, os fragmentos da maturidade que a vida me deu, repleta de tentativas, erros, acertos e reconstruções. Mexer com as minhas convicções e apresentá-las tal como são, sem falsos pudores.


Quero fazer uma viagem por caminhos onde nunca estive e questionar o mundo, se preciso for, com a certeza de que haverão outras pessoas ávidas em mostrar verdades que eu ainda não vi. Construir gradativamente um meio de ligação com pessoas que também entendem a necessidade de se questionar, mesmo aquilo que parece inquestionável.


Enfim, mesmo indecisos e sem precisão, estes são os primeiros passos de alguém que acaba de nascer para esse mundo novo. 


Aos que me acompanharem nesse caminho, desejo uma boa viagem.

Edson Luiz de Mello Borges