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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

SUBLIME AMOR


Amor, tão sublime amor
Amor teu
Teu como o desejo
Desejo que incendeia o corpo
Do corpo em que nascem os sonhos
Dos sonhos que alimentam os beijos
Dos beijos que alegram os lábios
Dos lábios que te buscam
Tu que te vestes de encanto
De encanto que se encontra no mar
Do mar de linha infinita
Infinita como é a emoção
A emoção de ver um sorriso
Sorriso de quem deseja o amor
Amor que é meu
Como é meu o querer
O querer amar
O querer amor


Edson Luiz de Mello Borges                                             



segunda-feira, 17 de outubro de 2016

DEVOÇÃO E O AMANHECER


A cada segundo, saudade que não passa
Vida sem brilho, mundo sem cores.
Minha alma se despedaça
Corroída de incertezas e temores

Com ela estão os meus sentidos
Com ela foram meus sorrisos,
Sem ela, desejos entorpecidos
Ausência que machuca e me tira o juízo.

Amo com devoção, desejo e desespero!
Amo o que me ensina, mundo novo que descortina
Amo a voz, amo a pele, amo o cheiro
Mulher que emociona e me alucina

Quisera amá-la, com dedicação e encantamento
Quisera me perder, me embriagar dentro dela
Sem medos, rodeios ou julgamentos
E descobrir um novo jeito de amor por ela.

Quero agora somente beijar os lábios dela,
Dormir entre os braços dela
E esperar um novo dia nascer.

Edson Luiz de Mello Borges                          



domingo, 12 de junho de 2016

ANJO DE LUZ




Estrela cadente, num rastro de luz
Riscando e marcando meu peito
Encanta... alucina... seduz...
Esse meu mundo simples e imperfeito

Trouxe um anjo de olhos intensos
Meiga no olhar, nas palavras, felina
De gestos seguros, tão fortes, tão densos
Mulher nos seus dias, nas suas noites, menina

Sigo cativo e arrebatado
Como se, não mais, minha vida importasse
Apenas entregue e fascinado
Consumido... como se tudo me encantasse

Já não tenho o controle!
Um jeito simples de vir e tirar o meu sossego
Liberta seus segredos e desvenda meu temor
Intensamente, nos seus braços, quero buscar o aconchego
Apenas viver... sonhar... me perder nesse amor.



Edson Luiz de Mello Borges                             



quarta-feira, 15 de julho de 2015

CORAÇÃO EM FATIAS

Basta um dia, quem sabe dois para fazer do meu coração fatias e dele se possa extrair o que de mais belo há no ser, que nem sempre consegue ser, mas que sempre será o que foi.

Assim, entre versos e poesias eu diga que o mundo nada tem de importante e que mesmo que o tempo passe e passe, prefiro viver os instantes, os momentos e as envolvências do enlace. 

A alegria brota dos olhos e dos olhos faço a felicidade. Aquela que brinca conosco, que ri do destino e que zomba das lágrimas que um dia surgiram no rosto. Aquela felicidade que é tão pura, tão simples, a mesma que todos tentam guardar para si. E eu, com meu coração egoísta, tento desfruta-la sozinho e a felicidade não devendo ser só minha, dissipa-se, perde-se tão rápido quanto começou

Tento, ao vê-la perder-se, soltar meu grito para que outros gritos se façam, mas o que consigo é apenas ouvir a mudez da minha alma e espírito. Agora choro. Nem mesmo o sopro do vento ou o murmúrio do mar fazem com que minhas mãos distantes, alcancem outras mãos, pois já não há alegria, nem felicidade, somente a esperança.

Refaço então o início de tudo e meus olhos que se fecharam diante dessa agonia, agora se abrem e se perdem ao percorrer os horizontes que se misturam. As lágrimas que riscaram minha face, agora secam quando, do mar, sopra o vento forte, vindo de muito longe, que já não murmura, mas me impulsiona, me revive, me alimenta.

Busco iluminar meu coração anteriormente entrevado, para que suas contrações jamais tornem a ser aqueles soluços angustiados, mas que se tornem fortes o suficiente, para fazer jorrar das veias, a esperança que me fez recomeçar.

Zombo agora de minha fraqueza e, preferindo esquecer-me daquela felicidade, procuro continuar em busca, não sei por quanto tempo, de um dia, quem sabe dois, capazes de fazer do meu coração fatias, e delas se possa extrair, quem sabe o sol, talvez a lua, mas certamente poesia.


Edson Luiz de Mello Borges                      




domingo, 8 de fevereiro de 2015



De repente, coração agitado no peito...
Sentidos aguçados, uma febre tomando conta...

De repente, sonhos já esquecidos se transformam num caprichoso convite para uma nova caminhada, por caminhos ainda desconhecidos, mas que instigam a vontade de descobrir um novo jeito de encontrar o amor.

De repente, mãos delicadas estão estendidas buscando minhas mãos e meu coração desconfiado tenta, mesmo em vão, evitar que meus dedos se entrelacem. Um ser iluminado me espera e como tomado pela magia do som de sua voz, do brilho do seu sorriso, sinto que todas as minhas resistências não são suficientes para evitar.

Sinto-me encantado e meus pensamentos, um a um, vão em direção a ela, inebriado pela simplicidade dos seus gestos, desse jeito inacreditável de transformar o que lhe cerca. Sinto-me em frente ao curso calmo de um rio, que contorna suavemente os obstáculos com a delicadeza de um artista, mantendo um silêncio perene. O mesmo rio que de repente explode e arrebenta derrubando suas águas em cachoeira esbranquiçada e ruidosa, para depois tomar seu curso e delicadamente, tal como um servo obediente e resignado, banhar os pés dela, entregando-lhe apenas as gotas mais puras na carícia à sua pele macia.

De repente, coração agitado no peito...


Edson Luiz de Mello Borges                       




domingo, 4 de janeiro de 2015

HORA DE SE JOGAR


Hora de acreditar nos sonhos que lhe trouxeram até aqui, que permaneceram em sua mente mesmo com os obstáculos, as frustrações, decepções...

Se o seu sonho existe, marque uma data, defina um tempo e faça dele, meta das suas melhores intenções. Estabeleça um caminho, aquele que lhe parece mais aceitável e não se preocupe com ele porque se for preciso, a vida se encarregará de corrigi-lo.

Todo sonho precisa ter tamanho.
Delimite o que você quer, qualquer coisa à menos, é apenas etapa alcançada; qualquer coisa à mais é exagero que não precisa ser cometido.
Conheça seu sonho, estude, vasculhe, aprenda com ele. Sonho sem definição é sonho para não ser atingido.

Se não tem um sonho, então... é hora de sonhar. É hora de fechar os olhos e deixar fluir o que está dentro de voce. 

Acredite! Ele está lá, pronto para ser sonhado e esperando  para ser realizado.

Se jogue!


Edson Luiz de Mello Borges                        



segunda-feira, 16 de junho de 2014

COMO SE FOSSE O ÚLTIMO



E as coisas acontecem de forma rápida e incontrolável e nós ficamos inertes, estáticos, vendo-as acontecer, mesmo percebendo que contribuímos para isso. É tudo indefinível, tão incompreensível, tão natural, que não nos importamos se houveram consequências, e nessa simplicidade acabamos por nos acostumar.


O amor é assim, entra pela aberta porta da frente, acomoda-se e, de vez em quando, é ele que nos faz sair. E nós sofremos por não pode-lo alcançar. É como a lua que em certos períodos de cada mês, se faz implacável, maravilhosa, majestosa e ofusca o brilho das mesmas e incansáveis estrelas. Por comparação, o amor em certos períodos da vida, também se faz implacável, maravilhoso e dessa forma, ofusca todos os ideais, todo o sentido que damos as coisas que queremos, e a partir daí, só temos olhos para quem causou esse amor.

Mas tão incompreensível como o início de tudo, esse alguém se cansa e procura em outro caminho o que não achou em nós e se vai como chegou, rápida e incontrolavelmente e aos poucos começa a fazer parte do passado e só não é esquecido porque o amor ficou e não nos deixa esquecer, ao contrário, nos faz lembrar. E nós lembramos de quem se foi, com o mesmo carinho, e sem querer, nos surpreendemos quando ensaiamos o seu nome, fraca e timidamente ou nos vemos escrevendo o mesmo nome que repetimos tantas vezes, e até mesmo em sonhos, porque era tudo que queríamos, tudo o que nos fazia viver e existir.

Então, com o passar do tempo, sentimos uma batida mais forte no coração que aos poucos vai se tornando constante e começa a incomodar. Ele começa a pedir para sofrer novamente, como se o sofrimento anterior, não tivesse sido suficiente. E nós encontramos um outro alguém, com um novo amor, e sem perceber, ironicamente começamos a viver por ele, para ele, com ele.

E as coisas acontecem novamente e tudo se alegra, tudo se reveste de um colorido maior e especial, mais do que fascinante, tão frágil e doce que nos entorpece e muda nossos caminhos. Nos envolve inteiramente modificando cada certeza que tínhamos e as respostas já não se fazem suficientes. Um novo amor mais forte do que foi o anterior, intenso e devastador, como se desta vez fosse o último.


Edson Luiz de Mello Borges  


      

domingo, 2 de março de 2014

DESCONHECIDO



O homem em marcha caminha em linha
Com doutrina vil e as mãos no fuzil
Olhos atentos à frente, doentes, dementes
Marcha segura, esguia, loucura

Na frente outro homem se apluma e ruma
Com suas honras penduradas, quase espetadas
Na cabeça se faz diferente, outro ente
Mas no peito, o mesmo coração, emoção

Gritam-se ordens ao ar, ordens que explodem
E o espaço faz-se pequeno, cada vez menos
E uns executam outros, com bala que cala
Porém, depois de caídos, são os mesmos, são vencidos

E as noites tornam-se dias, agonias
O chão que era pó, agora espelha, avermelha
Com o líquido que jorra, escorre e corre
Daqueles que abatidos, chamam-se desconhecidos

Mas as ordens voltam com o tempo, ao vento
Com as mesmas palavras já ditas, mal ditas
Com a mesma cegueira atendidas, seguidas
Por aqueles com vontades esquecidas
Nas vidas vividas, sentidas
De grito contido

Sentido!


Edson Luiz de Mello Borges                    



          

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A MULHER QUE EU AMO




Mulher, por que não te esqueço,
Toda hora te lembro, enlouqueço
Desfaço o meu dia, te sonho agonia
Nos sonos gratuitos de minhas noites vazias.
Mulher, por que te procuro no passado ou futuro
Te faço princesa, da mais simples beleza
Do meu mundo e do meu tempo,
Nos meus olhos e em cada pensamento

Feito um feitiço, te quero, te busco e me atiço
Me solto e me acendo, me entrego e me rendo
Te espero madura, te aceito insegura
Te quero ansiosa, quem sabe até caprichosa
Talvez te prefira felina, talvez simplesmente menina
Te penso e repenso assim
Quem dera por um minuto infinito e sem fim

Mulher, querida mulher, não fujas, não parta
Não sofra e não finjas, já tenho tuas marcas
Não tente conter-te, só quero querer-te
Não zombes, não rias
Só quero tuas noites, sim, eu quero teus dias
Me odeie, me ame, me ignore, me chame
Me atente e me esqueça
Me esquente, deite, sonhe e aconteça
Mulher... te quero mulher
Como já quis outro dia
Não me furtes esse sorriso
Não me negues essa alegria




Edson Luiz de Mello Borges                                           




domingo, 19 de janeiro de 2014

SUAVE BRISA

Ontem, de repente, vi a suave brisa que brincava com flores, tornar-se violência e com fúria de desespero, carregar consigo, folhas de árvores impotentes, sorrisos que havia nos lábios, corações indiferentes que vagavam de um lado e outro, e tudo assim, simplesmente.

Bateu-me, angustiados, corações que guardava comigo. Meus olhos entristeceram-se com os olhos dos que me viam. Minhas mãos, então entrelaçadas com outras mãos, se perderam e agora, ainda estendidas, permanecem sozinhas em busca não sei de quais.

Redemoinhos formados de sangue e pó, entontearam-me. Busquei o meu apoio, mas pela dança que meus olhos viram, perdi-o num canto qualquer. Vi então, a lágrima de alguém e nela segurei-me com forças que não eram minhas, até poder suportar tanto desvario.  Instantes e instantes foi o que vi. Nada podia ser totalmente sólido, como também, nada me trazia a certeza de ser o que eu queria que fosse.

Guiaram meus passos por caminhos que nunca imaginara ver. Levaram-me até as profundezas e depois até o infinito, indefinidamente. Apenas eu, corpo e sangue, se é que havia, pois meus sentimentos estavam impedidos de verterem. Andei mil vezes pela mesma estrada e mil vezes assombrou-me a súbita impressão de perda, solidão e abandono.

Demorei-me vivendo essa experiência e como sempre, nesses simples repentes, distante de mim, vi flores brotando, vi crianças brincando, vi o canto dos pássaros e o amor, ora esquecido, sendo conjugado por uns poucos, da forma mais bela, mesmo da forma mais pura, como um sentimento que se deve sentir amando.


Ontem eu vi tudo isso. Hoje já desaparecem das minhas lembranças, embora sinta que, apesar de cansadas, minhas veias conduzem um sangue vivo para um coração que já libera sentimento e que me faz, novamente, estender minhas mãos, não sei para quais, nem por quanto tempo, mas na certeza de que um dia, hão de encontrar outras mãos, para uma caminhada onde se possa ver uma suave brisa, tímida, mas consciente, brincando com flores de nossas vidas.


Edson Luiz de Mello Borges                                           



                    

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

AMIGO

Amigo, queria ser tão somente um mero amigo,
Aquele amigo que você é comigo,
O mesmo amigo que eu sempre persigo,
Na busca mais pura que se faz preciso
E no encontro de dois que se fazem amigos.

Amigo, quero ter meus sonhos por você vividos
Quero os caminhos por você percorridos
Quero o amor e o carinho por você conseguidos
Quero ter em mim, as alegrias por você perseguidos
Quero ser o amigo que você é comigo

Amigo, quero ver suas palavras por mim sendo ditas
Suas alegrias por mim sendo ridas
Suas mãos sobre as minhas estendidas
Suas noites por mim mal dormidas
Suas emoções, por mim, intensamente sentidas

Quero ainda, na minha contínua busca do desconhecido
Encontrar sua semente, pequena, caída
A qual guardarei, para, depois florescida
Entregar-lhe sorrindo como testemunho de vida
De vida de amigo, o mesmo que você é comigo

Amigo, quero ser mais do que você próprio imagina
Quero ouvir o que ouve, sentir o que sente, enxergar o que vê
Caminhar ao seu lado, sem rumo, sem direção
Expressar-lhe calado, minha paz e minha emoção
Mostrar em meus olhos que o que mais preciso
É estar com você e que consigo ser com você
Um pouco do amigo que você é comigo.


Edson Luiz de Mello Borges                                  
                                                

        

sábado, 30 de novembro de 2013

PEQUENINA FLOR

O sol queimando o tempo, alegrando a vida,
Se tornando sombra, amena, passiva,
Entrevando a terra, calada, cativa,
Que aceita a planta, que esguia se agiganta,
Escondendo em fruto, perdido, contido
Que então, ainda em botão, permanece esquivo,
Escondendo a beleza, vital, inigualável pureza,
Distante do cio, do mundo bravio,
Do homem errante, hipócrita caminhante,
Em seus passos peregrino, nos seus atos, desatino,
Que virá encurtar o seu incerto destino.

E o pequeno botão, em intensa explosão,
Continua escondido, como num sonho mantido,
Na espera do sim, que o fará cintilar enfim,
Não mais evitando os pássaros,
Não mais fugindo aos insetos, pequenos seres inquietos,
Às borboletas coloridas, em suas asas flutuando,
Como que agradecidas pela liberdade ora suspirando

E como um milagre de existência,
Num pura, verdadeira experiência,
O solitário botão se abre, se despe, se feminiza,
Aparece e se descobre, se fragiliza,
Entrega-se ao tempo, brincando ao vento,
Perfeito e imaculado sentimento,
No grito mais profundo, da vida sobre o mundo,
Verdade que a engrandece, real, viva,
Como se fosse uma canção,
Como se fora sempre uma prece.

O tempo então, testemunha dessa ilusão,
Com seus olhos sagazes, contínuos movimentos tenazes,
Percebe o homem, em andar cambaleante,
Percorrer seus caminhos, incertos horizontes,
Em passos sem ritmo e sem expressão,
Debruçar-se sobre a planta, indefesa, frágil sobre o chão
E arrancar-lhe a flor, agora revestida,
Não de beleza, mas de dor,
Que sente, pétala a pétala, sendo esmagada
Entre os dedos do homem, eterno conquistador

A beleza da flor, temporária e ilusória,
Jaz agora, descrevendo a trajetória,
Que um ser em autodestruição,
Perdido, alma em corrosão,
Pequenina flor, ora destroçada,
Há de ser refeita, recomeçada
E em sua natural atraência,
Costumeira e latente envolvência,
Estará presente na vida do homem, sem mesmo ele saber.
Estará presente nos seus dias e no seu desaparecer.

Edson Luiz de Mello Borges
abril-1978              

domingo, 24 de novembro de 2013

SE É QUE AINDA HÁ TEMPO

E por falar em palavras, quantas terei que dizer para que você escute, ao menos, uma? Quantas mentiras incertas terei que ensaiar para que nasça uma única e minha verdade? Quantos “não” terei que ouvir até vê-la pronunciar um simples “sim” que me faça compreender que não somos diferentes como aparenta ou como você quer que seja.

E por falar em lágrimas, quantas terei que chorar até que você se decida a enxugar aquela que morre em minha boca? Quantos olhares lacrimejados serão precisos jogar ao horizonte até que você resolva virar as costas ao orgulho que nos separa e voltar de braços abertos, todo o caminho que havia começado?

E por falar em sorrisos (quem diria!) quero vê-la sorrir e mostrar que a tristeza é passageira, que vai e vem como aquele carrossel onde transbordávamos de alegria e mostrávamos em nossas bocas os dentes pequenos ainda, da felicidade brotando para a vida.

Tudo se fazia alegria, vestida de um colorido vivo, que não fazia, senão, nos entusiasmar e, quem sabe, nos fazer amar. E nós amávamos. Amávamos cada momento do que vivíamos, por saber que  estávamos assim, juntos, à espera de uma amanhã, difícil de chegar, mas tão certo quanto a própria verdade.

Mas hoje, já não pensamos assim. Nossos sorrisos mais se parecem com um grito de guerra lançados em momentos de ódio, porque a realidade é assim, a vida é assim e assim é o mundo em que colocaremos nossos filhos para, quem sabe, brincarem num carrossel

Se é que ainda existem carrosséis
Se é que ainda há tempo para brincar
Se é que ainda há tempo para palavras
Se é que ainda há tempo para lágrimas
Se é que ainda há tempo para sorrisos

Se é que ainda há tempo...

Edson Luiz de Mello Borges
jan-1978              

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

HISTÓRIA DE UM PEQUENO ERRANTE

Do encontro de dois seres ansiosos
Fizeram com que eu viesse a nascer
Brindaram minha vinda, carinhosos
Souberam, com alegria, me crescer

Então, envolto em magia e graça
Provei do sol do céu e o sal do mar
Eu vi flores brotando por pirraça
E pássaros esquivos a voar

Um dia eu me vi, quase crescido
E o mundo em minha volta se matar
Senti vontade de não ter nascido
Voltar ao ventre e nunca retornar

Então alguém me disse “isso é assim mesmo”
- Por que você evita acreditar ?
- Se você está aqui, não foi a esmo
- Não foi para morrer, mas para amar

Começo a acreditar nessa verdade
E sinto o meu dia amanhecer
Caminho meus caminhos, liberdade
Com garra e força, eu sei que vou viver

Seguir como guerreiro, minha estrada
E ver que a cor do amor, é azul maior
E hei de levantar a minha espada
Pra refazer o mundo bem melhor

E quando então, sentir-me jovem cansado
Lembrar dos dias bons que eu vivi
Buscar dentro de mim o meu passado
Rever o que chorei e o que sorri

No dia em que eu tiver que ir embora
Que pode demorar, mas há de vir
Alguém fará contar a minha história
Meu filho, bem melhor vai prosseguir

E ele, nos seus passos corajosos
Fará muito melhor o que não fiz
Sua vida, em momentos caprichosos
Será muito mais forte, mais feliz

Edson Luiz de Mello Borges
dez-1982              

sábado, 9 de novembro de 2013

ALMAS E CONSCIÊNCIAS

Queria seguir meus caminhos com a mesma força que outros já o fizeram e em meus passos indecisos e inconstantes que já se manifestaram, entender o verdadeiro sentido da vida que, embora vivida e sentida com tanta angustia e frustração, continua sendo o maior motivo para continuar vivendo, mesmo em desamor, mesmo em opressão.

Queria alegrar meus olhos com o sorriso nos lábios dos homens e alegrar meu coração com a presença da criança que desabrocha como  botão, que mostra com naturalidade que em seu pequeno (grande) mundo, existe razão suficiente para rir e sorrir inocentemente, não como as de outrora, pois já se veem infectadas e corrompidas pela neurose do nosso grande (pequeno) mundo de agora.

Queria poder gritar constantemente e em todo lugar, sobre minha juventude e sobre minhas ambições, sobre minhas verdades e minhas paixões e, quem sabe, se tivesse para quem, falar baixinho que quero e preciso de atenção.
Sair pelo mundo, quem sabe sem destino ou talvez com a certeza de meus caminhos que sinto, serão ora alegres, ora de espinhos que, embora não queiram, hei de saber curar minhas feridas e em cada cicatriz marcada, haverá uma história e um pedaço de minha caminhada.

Queria descobrir novos mundos e novos ares, todo azuis como são os mares e procurar em cada um deles, homens menos algozes, menos violentos, menos ferozes. Homens que saibam amar e, se preciso, que saibam chorar. Chorar por verem outros homens destruírem suas próprias almas e as almas que ainda restarem. Chorar por isso, ou simplesmente, chorar.

Ah, como eu queria! Além disso tudo muitas outras coisas que trago sangrando em meu peito de forma viva como se quisessem verter. Angústias que permanecessem escondidas, contidas pela consciência de um século de loucos e inconsequentes. Ah, como eu queria!

Porém, temos que levantar a cabeça e os olhos e ver um mundo onde a realidade desperta sonhadores e , onde a irreverencia do sentimentalismo jovem, é tratado em nossos dias, como fantasia, ou , as vezes, como mera rebeldia.


Hoje somos aquilo que uma sociedade da qual fazemos parte, quer que sejamos, não importando vontades, nem ideais, nem intelectualidade. Somos o que podemos comprar, também não importando o que compramos. Somos consumidores por excelência e, de mãos dadas ou não, seguimos lado a lado pelas ruas sombrias de um supermercado de almas e consciências.

Edson Luiz de Mello Borges
Ago-1983              

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

CANTO DE AMOR

Que o amor que trago no peito
Generoso e forte tal como chama viva
Encante um coração, mesmo sem jeito
E torne, amada minha, do meu amor cativa

Sonhos que já vivi, nos braços de quem amei
Inundam minh ‘alma, teimosa e carente
Na busca insana por onde andei
Do amor perfeito, intenso e pra sempre

Oh! Amada minha, que os meus dias encontraste
Povoa minhas intermináveis noites de tua luz
E traga-me a paz que tanto preciso

Que venha em fúria, provocante e sem juízo
Me atormente e me aconchegue do jeito que me seduz
E devolva os meus sonhos que contigo levaste

Edson Luiz de Mello Borges                               


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PARTIDA



Quando você for embora
Não esqueça que outros ficaram
E que ao vê-la partir, sentiram, choraram
Pois a saudade surge, mas como tudo demora

E se você conseguir sorrir
Diga “sim” à vida, amiga, vivida
Pois é nos eternos “partir”
Que você guardará os lábios das despedidas

E se as buscas não foram boas
Como o que , um dia, pensou terem sido
Lembre-se dos que deixou à toa

Para saber se gostaria de não ter ido
Quem sabe ter ficado
E nunca ter partido


Edson Luiz de Mello Borges                        



                           

quarta-feira, 17 de abril de 2013

SIMPLESMENTE AMIGO

Deixe-me ser teu amigo
Para fazer-te sentir uma amizade
Daquelas que brota da sinceridade
De olhos nos olhos, da vida

Deixe-me segurar tua mão e seguir contigo
O caminho sem fim da estrada que leva ao paraíso
Onde poderemos ser dois bons amigos
Que brincam a mesma luta, que choram a mesma tristeza
Que não se separam ao amanhecer do dia
Que andam pela mesma rua e que cantam a mesma poesia
Que vibram pela mesma lua e sonham a mesma alegria

Deixe-me sentir que tu és viva, que és humana
Que sentes o que eu sinto e que temes o que eu temo
Que és capaz de sorrir o meu sorriso e enxugar, se for preciso,
A lágrima que fugir dos meus olhos

Deixe-me tocar tua face para que eu sinta que tu existes
Pois mesmo podendo ver-te,
Não consigo acreditar que alguém como tu, sobrevives
Neste mundo tão pobre e invariavelmente tão triste

Deixe-me ser o chão que tu pisas, o céu que tu procuras
O braço que te sustenta, o rio onde repousas teus pés
A paz da noite a ti prometida
A saudade viva, que mesmo se fazendo antiga
Jamais será por ti, esquecida

Deixe-me ser tua própria envolvência tua magia, tua atraência
Ser, quem sabe, um segmento,
Um pequenino, indelével fragmento
De tua transparência, de tua indescritível existência


Edson Luiz de Mello Borges                                
fev-1978                                          


terça-feira, 17 de julho de 2012

REENCONTRO


De repente o reencontro...

As intenções se separam dos gestos, os sonhos permanecem inalcansáveis, as lembranças guardam-se como papéis amarelecidos.

Quando muito jovem, grandes projetos imaginei. Foram todos modificados.

Imaginava amar muitas mulheres e delas desfrutar do amor maior dos seres.

Povoaram muitas de minhas noites mal dormidas, preenchendo poemas inacabados, com nomes que escolhia à revelia, numa cumplicidade inconsciente.
Nem amei, nem fui amado. A que quis amar, desapareceu entre uma ou outra crise existencial das muitas que vivi.
A que amo não está comigo. Encontra-se distante, tanto quanto estava quando não a conhecia.

Fui impetuoso muitas vezes e omisso em outras tantas. Porém se confunde em minha mente qual delas teria sido mais importante.

Nos olhos que já viram tanto, descobri por vezes, boas intenções, em outras, maldades que desconhecia
Da boca, palavras escolhidas dediquei a quem só queria ouvir qualquer coisa e muitas vezes emudeci àquelas que precisavam ouvir de mim, algo simples e descomplicado.

Imaginei-me um homem quando ainda vivia minha imaturidade e descobri que somente se consegue alcançar a felicidade, se conseguirmos atender nossos sentimentos mais profundos.


Desesperanças, desencontros...


Quantas foram minhas buscas até aqui? Quanto vi? Quanto falei? Quanto amei até aqui?


Só uma coisa me desespera.


Quantos sonhos deixei de sonhar por querer ficar atento ao mundo, medindo cada passo, como o que contasse fosse a distância percorrida. Quantos sonhos eu deixei de sonhar apenas por achar que um homem verdadeiro se mantém acordado pra vida, sendo cada vez mais adulto, esquecendo da beleza de ainda ter a inocência de um menino.


Edson Luiz de Mello Borges

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

RECONSTRUÇÃO

Momento estranho!

Todas as respostas que julguei ter já não explicam minhas inquietações. Descobri que todas as minhas convicções estavam ligadas e dependentes do meu equilibrio emocional e que minha segurança racional apenas me permite ter ações de efeito imediato, rápidas e cirúrgicas para que se tenha mais tempo para se viver a solidão.


Meu desinteresse em coisas consecutivas, toma uma dimensão inesperada e me vejo vivendo um momento em que minhas respostas já não me satisfazem. Cada novo movimento, parece ter um significado desconhecido. Perdi o equilíbrio e tenho sentido uma tendência enorme para viver um lado depressivo que nunca imaginei.


Descubro que o amor é eterno exatamente como disse o poeta e que as lembranças de coisas vividas por amor, ficam mais intensas na solidão. 


Me deparo com estrada nova e os passos que preciso dar, embora lentos, vão me levando por caminhos que desconhecia. Cicatrizes vão se formando e incontinente, o tempo realmente provoca a cura. 


Estou me reconstruindo e cada novo movimento vai fortalecendo o próximo passo. Os olhos que antes fechavam marejados, já passam mais tempo procurando pontos perdidos no horizonte. Conscientemente já não abro cicatrizes procurando uma gota a mais de dor e sofrimento. Deixo-as quietas para criarem rigidez em suas cascas.


Edson Luiz de Mello Borges