domingo, 8 de fevereiro de 2015



De repente, coração agitado no peito...
Sentidos aguçados, uma febre tomando conta...

De repente, sonhos já esquecidos se transformam num caprichoso convite para uma nova caminhada, por caminhos ainda desconhecidos, mas que instigam a vontade de descobrir um novo jeito de encontrar o amor.

De repente, mãos delicadas estão estendidas buscando minhas mãos e meu coração desconfiado tenta, mesmo em vão, evitar que meus dedos se entrelacem. Um ser iluminado me espera e como tomado pela magia do som de sua voz, do brilho do seu sorriso, sinto que todas as minhas resistências não são suficientes para evitar.

Sinto-me encantado e meus pensamentos, um a um, vão em direção a ela, inebriado pela simplicidade dos seus gestos, desse jeito inacreditável de transformar o que lhe cerca. Sinto-me em frente ao curso calmo de um rio, que contorna suavemente os obstáculos com a delicadeza de um artista, mantendo um silêncio perene. O mesmo rio que de repente explode e arrebenta derrubando suas águas em cachoeira esbranquiçada e ruidosa, para depois tomar seu curso e delicadamente, tal como um servo obediente e resignado, banhar os pés dela, entregando-lhe apenas as gotas mais puras na carícia à sua pele macia.

De repente, coração agitado no peito...


Edson Luiz de Mello Borges