quarta-feira, 15 de julho de 2015

CORAÇÃO EM FATIAS

Basta um dia, quem sabe dois para fazer do meu coração fatias e dele se possa extrair o que de mais belo há no ser, que nem sempre consegue ser, mas que sempre será o que foi.

Assim, entre versos e poesias eu diga que o mundo nada tem de importante e que mesmo que o tempo passe e passe, prefiro viver os instantes, os momentos e as envolvências do enlace. 

A alegria brota dos olhos e dos olhos faço a felicidade. Aquela que brinca conosco, que ri do destino e que zomba das lágrimas que um dia surgiram no rosto. Aquela felicidade que é tão pura, tão simples, a mesma que todos tentam guardar para si. E eu, com meu coração egoísta, tento desfruta-la sozinho e a felicidade não devendo ser só minha, dissipa-se, perde-se tão rápido quanto começou

Tento, ao vê-la perder-se, soltar meu grito para que outros gritos se façam, mas o que consigo é apenas ouvir a mudez da minha alma e espírito. Agora choro. Nem mesmo o sopro do vento ou o murmúrio do mar fazem com que minhas mãos distantes, alcancem outras mãos, pois já não há alegria, nem felicidade, somente a esperança.

Refaço então o início de tudo e meus olhos que se fecharam diante dessa agonia, agora se abrem e se perdem ao percorrer os horizontes que se misturam. As lágrimas que riscaram minha face, agora secam quando, do mar, sopra o vento forte, vindo de muito longe, que já não murmura, mas me impulsiona, me revive, me alimenta.

Busco iluminar meu coração anteriormente entrevado, para que suas contrações jamais tornem a ser aqueles soluços angustiados, mas que se tornem fortes o suficiente, para fazer jorrar das veias, a esperança que me fez recomeçar.

Zombo agora de minha fraqueza e, preferindo esquecer-me daquela felicidade, procuro continuar em busca, não sei por quanto tempo, de um dia, quem sabe dois, capazes de fazer do meu coração fatias, e delas se possa extrair, quem sabe o sol, talvez a lua, mas certamente poesia.


Edson Luiz de Mello Borges