domingo, 7 de janeiro de 2018

A ESPERANÇA










A Esperança não murcha, ela não cansa, 
Também como ela não sucumbe a Crença, 
Vão-se sonhos nas asas da Descrença, 
Voltam sonhos nas asas da Esperança. 

Muita gente infeliz assim não pensa; 
No entanto o mundo é uma ilusão completa, 
E não é a Esperança por sentença 
Este laço que ao mundo nos manieta? 

Mocidade, portanto, ergue o teu grito, 
Sirva-te a Crença do fanal bendito, 
Salve-te a glória no futuro -- avança! 

E eu, que vivo atrelado ao desalento, 
Também espero o fim do meu tormento, 
Na voz da Morte a me bradar; descansa!


Augusto dos Anjos