sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

QUANDO ELA FALA



Quando ela fala, parece
Que a voz da brisa se cala;
Talvez um anjo emudece
Quando ela fala.

Meu coração dolorido
As suas mágoas exala,
E volta ao gozo perdido
Quando ela fala.

Pudesse eu eternamente,
Ao lado dela, escutá-la,
Ouvir sua alma inocente
Quando ela fala.

Minha alma, já semimorta,
Conseguira ao céu alçá-la
Porque o céu abre uma porta
Quando ela fala.



Machado de Assis                                             






Amar é admirar com o coração;

admirar é amar com o espírito.



Théophile Gautier                                                  



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014




As pessoas realmente se tornam completamente 

extraordinárias quando elas começam 

a pensar que elas conseguem fazer coisas. 

Quando elas acreditam em si mesmas, 

elas adquirem o primeiro segredo do sucesso.



 Norman Vincent Peale                                        



TORRE DE PISA


quarta-feira, 29 de janeiro de 2014



Tenho em mim todos os sonhos do mundo.



Fernando Pessoa                                             



terça-feira, 28 de janeiro de 2014



Por que cometer erros antigos

se há tantos erros novos a escolher?


                     
Bertrand Russel                                                


                                   

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014



Quem é bom, é livre, ainda que seja escravo. 

Quem é mau é escravo, ainda que seja livre.



Santo Agostinho                                           




domingo, 26 de janeiro de 2014

Que a felicidade não dependa do tempo, 


nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. 


Que ela possa vir com toda a simplicidade, 


de dentro para fora, de cada um para todos.



Carlos Drummond de Andrade                                    

        

                           


sábado, 25 de janeiro de 2014

CLARICE, SIMPLESMENTE CLARICE




Lágrimas não são argumentos.



Machado de Assis                                                




                                              

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O AMOR



O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar, 
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...



Fernando Pessoa





Não existe nada de completamente 

errado no mundo, mesmo um relógio 

parado consegue

estar certo duas vezes por dia.



Paulo Coelho                                                



quarta-feira, 22 de janeiro de 2014



Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes 

mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.



Winston Churchill                                           



terça-feira, 21 de janeiro de 2014





Sou como você me vê.

Posso ser leve como uma brisa 

ou forte como uma ventania,

Depende de quando e como você me vê passar.





Clarice Lispector                                                




domingo, 19 de janeiro de 2014

SUAVE BRISA

Ontem, de repente, vi a suave brisa que brincava com flores, tornar-se violência e com fúria de desespero, carregar consigo, folhas de árvores impotentes, sorrisos que havia nos lábios, corações indiferentes que vagavam de um lado e outro, e tudo assim, simplesmente.

Bateu-me, angustiados, corações que guardava comigo. Meus olhos entristeceram-se com os olhos dos que me viam. Minhas mãos, então entrelaçadas com outras mãos, se perderam e agora, ainda estendidas, permanecem sozinhas em busca não sei de quais.

Redemoinhos formados de sangue e pó, entontearam-me. Busquei o meu apoio, mas pela dança que meus olhos viram, perdi-o num canto qualquer. Vi então, a lágrima de alguém e nela segurei-me com forças que não eram minhas, até poder suportar tanto desvario.  Instantes e instantes foi o que vi. Nada podia ser totalmente sólido, como também, nada me trazia a certeza de ser o que eu queria que fosse.

Guiaram meus passos por caminhos que nunca imaginara ver. Levaram-me até as profundezas e depois até o infinito, indefinidamente. Apenas eu, corpo e sangue, se é que havia, pois meus sentimentos estavam impedidos de verterem. Andei mil vezes pela mesma estrada e mil vezes assombrou-me a súbita impressão de perda, solidão e abandono.

Demorei-me vivendo essa experiência e como sempre, nesses simples repentes, distante de mim, vi flores brotando, vi crianças brincando, vi o canto dos pássaros e o amor, ora esquecido, sendo conjugado por uns poucos, da forma mais bela, mesmo da forma mais pura, como um sentimento que se deve sentir amando.


Ontem eu vi tudo isso. Hoje já desaparecem das minhas lembranças, embora sinta que, apesar de cansadas, minhas veias conduzem um sangue vivo para um coração que já libera sentimento e que me faz, novamente, estender minhas mãos, não sei para quais, nem por quanto tempo, mas na certeza de que um dia, hão de encontrar outras mãos, para uma caminhada onde se possa ver uma suave brisa, tímida, mas consciente, brincando com flores de nossas vidas.


Edson Luiz de Mello Borges                                           



                    

sábado, 18 de janeiro de 2014

O rio atinge seus objetivos porque aprendeu 


a contornar obstáculos.





Lao-Tsé                                                 



Conheço muitas razões pelas quais eu morreria, 

mas não conheço nenhuma pela qual eu mataria.




Mahatma Gandhi                                                




                                       

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

AOS NOSSOS FILHOS por ELIS REGINA



Perdoem a cara amarrada, perdoem a falta de abraço 
Perdoem a falta de espaço, os dias eram assim 
Perdoem por tantos perigos, perdoem a falta de abrigo 
perdoem a falta de amigos, os dias eram assim 
Perdoem a falta de folhas, perdoem a falta de ar 
perdoem a falta de escolha, os dias eram assim 


E quando passarem à limpo, e quando cortarem os laços 
E quando soltarem os cintos, façam a festa por mim 
Quando lavarem a mágoa, quando lavarem a alma 
Quando lavarem a água, lavem os olhos por mim 
Quando brotarem as flores, quando crescerem as matas 
Quando colherem os frutos digam o gosto pra mim 



Ivan Lins e Vitor Martins                    



Não há fatos eternos, 

como não há verdades absolutas



Nietzsche                                                  



terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Chega um momento em sua vida, que você sabe:

Quem é imprescindível para você,

quem nunca foi,

quem não é mais,

quem será sempre!




Charles Chaplin                                              




FELICIDADE CLANDESTINA - CLARICE LISPECTOR na voz de ARACY BALABANIAN




FELICIDADE CLANDESTINA

   
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme; enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como "data natalícia" e "saudade".


Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.


Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.


Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.


Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.


No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.


Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do "dia seguinte" com ela ia se repetir com meu coração batendo.


E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.


Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.


Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!


E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: "E você fica com o livro por quanto tempo quiser." Entendem? Valia mais do que me dar o livro: "pelo tempo que eu quisesse" é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.


Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.


Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… Havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.


Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.


Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.     




Se estiver passando pelo inferno, 

continue caminhando.



Winston Churchil                                          





segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

INCONSTÂNCIA DAS COISAS DO MUNDO!




Nasce o Sol e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas e alegria.

Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?

Mas no Sol, e na Luz falta a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se a tristeza,

Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza.

A firmeza somente na inconstância.




Gregório de Matos                                              




Você não pode mudar o vento,

mas pode ajustar as velas do barco

para chegar onde quer.





Confúcio                                                                     



domingo, 12 de janeiro de 2014

SEM PALAVRAS


Os homens tropeçam por vezes na verdade, 

mas a maior parte torna a levantar-se e continua 

depressa o seu caminho, 

como se nada tivesse acontecido.




Winston Churchill                                       



sábado, 11 de janeiro de 2014


Ninguém é o que parece ou o que aparece.

O essencial não há quem enxergue.

Todo mundo é só a ponta do seu iceberg.



Luis Fernando Veríssimo                                 



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

EU QUERIA TRAZER-TE UNS VERSOS MUITO LINDOS

Eu queria trazer-te uns versos muito lindos

colhidos no mais íntimo de mim…

Suas palavras seriam as mais simples do mundo,

porém não sei que luz as iluminaria

que terias de fechar teus olhos para as ouvir…

Sim! Uma luz que viria de dentro delas,

como essa que acende inesperadas cores

nas lanternas chinesas de papel!

Trago-te palavras, apenas… e que estão escritas

do lado de fora do papel… Não sei, eu nunca

soube o que dizer-te e este poema vai morrendo,

ardente e puro, ao vento da poesia…

como uma pobre lanterna 

que incendiou!





Mario Quintana              



O significado das coisas não está nas

coisas em si, mas sim em nossa

atitude com relação a elas.



Saint Exupèry                                             


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Tente mover o mundo - o primeiro passo 

será mover a si mesmo.



Platão                                                     



Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. 


Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.




Mahatma Gandhi                                               






segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


As pessoas realmente se tornam completamente

 extraordinárias quando elas começam a pensar que

 elas conseguem fazer coisas. 

Quando elas acreditam em si mesmas, elas adquirem 

o primeiro segredo do sucesso.



Norman Vincent Peale                        


domingo, 5 de janeiro de 2014

O ganso da neve não precisa se lavar

para ficar branco. Nem você precisa

fazer nada para ser você mesmo.



 Lao-Tsé                                          



                       



sábado, 4 de janeiro de 2014

Mesmo quando tudo parece desabar,

cabe a mim decidir entre rir ou chorar,

ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, 

no caminho incerto da vida, 

que o mais importante é o decidir.




Cora Coralina                                             



sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

AMIGO

Amigo, queria ser tão somente um mero amigo,
Aquele amigo que você é comigo,
O mesmo amigo que eu sempre persigo,
Na busca mais pura que se faz preciso
E no encontro de dois que se fazem amigos.

Amigo, quero ter meus sonhos por você vividos
Quero os caminhos por você percorridos
Quero o amor e o carinho por você conseguidos
Quero ter em mim, as alegrias por você perseguidos
Quero ser o amigo que você é comigo

Amigo, quero ver suas palavras por mim sendo ditas
Suas alegrias por mim sendo ridas
Suas mãos sobre as minhas estendidas
Suas noites por mim mal dormidas
Suas emoções, por mim, intensamente sentidas

Quero ainda, na minha contínua busca do desconhecido
Encontrar sua semente, pequena, caída
A qual guardarei, para, depois florescida
Entregar-lhe sorrindo como testemunho de vida
De vida de amigo, o mesmo que você é comigo

Amigo, quero ser mais do que você próprio imagina
Quero ouvir o que ouve, sentir o que sente, enxergar o que vê
Caminhar ao seu lado, sem rumo, sem direção
Expressar-lhe calado, minha paz e minha emoção
Mostrar em meus olhos que o que mais preciso
É estar com você e que consigo ser com você
Um pouco do amigo que você é comigo.


Edson Luiz de Mello Borges