quinta-feira, 7 de novembro de 2013

DRÃO por GILBERTO GIL



Drão, o amor da gente é como um grão,
Uma semente de ilusão,
Tem que morrer pra germinar,
Plantar nalgum lugar,
Ressuscitar no chão, nossa semeadura,
Quem poderá fazer aquele amor morrer,
Nossa caminhadura,
Dura caminhada pela noite escura.

Drão, não pense na separação,
Não despedace o coração,
O verdadeiro amor é vão, estende-se infinito,
Imenso monolito, nossa arquitetura,
Quem poderá fazer aquele amor morrer,
Nossa caminhadura,
Cama de tatame, pela vida afora.

Drão, os meninos são todos sãos,
Os pecados são todos meus,
Deus sabe a minha confissão, não há o que perdoar,
Por isso mesmo é que há de haver mais compaixão,
Quem poderá fazer aquele amor morrer
Se o amor é como um grão,
Morre, nasce trigo, vive, morre pão ...

Drão



Gilberto Gil                                                


                                                    

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