sexta-feira, 15 de novembro de 2013

HISTÓRIA DE UM PEQUENO ERRANTE

Do encontro de dois seres ansiosos
Fizeram com que eu viesse a nascer
Brindaram minha vinda, carinhosos
Souberam, com alegria, me crescer

Então, envolto em magia e graça
Provei do sol do céu e o sal do mar
Eu vi flores brotando por pirraça
E pássaros esquivos a voar

Um dia eu me vi, quase crescido
E o mundo em minha volta se matar
Senti vontade de não ter nascido
Voltar ao ventre e nunca retornar

Então alguém me disse “isso é assim mesmo”
- Por que você evita acreditar ?
- Se você está aqui, não foi a esmo
- Não foi para morrer, mas para amar

Começo a acreditar nessa verdade
E sinto o meu dia amanhecer
Caminho meus caminhos, liberdade
Com garra e força, eu sei que vou viver

Seguir como guerreiro, minha estrada
E ver que a cor do amor, é azul maior
E hei de levantar a minha espada
Pra refazer o mundo bem melhor

E quando então, sentir-me jovem cansado
Lembrar dos dias bons que eu vivi
Buscar dentro de mim o meu passado
Rever o que chorei e o que sorri

No dia em que eu tiver que ir embora
Que pode demorar, mas há de vir
Alguém fará contar a minha história
Meu filho, bem melhor vai prosseguir

E ele, nos seus passos corajosos
Fará muito melhor o que não fiz
Sua vida, em momentos caprichosos
Será muito mais forte, mais feliz

Edson Luiz de Mello Borges
dez-1982